18/12/2008

Politicamente Correto?

Dias atrás li um artigo sobre uma cartilha que a Secretaria Especial de Direitos Humanos elaborou lá de 2004. Censurando certas expressões que são consideradas incorretas, no que ficou conhecido como “Cartilha do Politicamente Correto”.

Mas aí você me pergunta: O que é ser politicamente correto?
É ter que votar (obrigatoriamente) numa pessoa qualquer, não interessando qual e ainda ficar orgulhoso por ter participado do processo democrático? É dirigir amarrado por um cinto de segurança só porque alguém decidiu que faz bem para você? É separar o lixo, mesmo sabendo que ele não vai ser reciclado? É respeitar todas as religiões, por mais absurdas que elas sejam, mesmo ninguém respeitando a sua descrença nelas?
É muita culpa nas costas, né?

E você há de concordar comigo que nessa historia toda você é inocente. Certo? Mas experimente não cumprir o que essas pessoas que nem te conhecem e a quem sua vida não diz respeito para ver o que acontece. Você vai pagar por isso!

E tem mais. Você não pode chamar ninguém de preto. Dizem por aí que Negro é a palavra certa, o que pra mim é tudo a mesma coisa ou se preferir pode optar por afro-descendente. O que no mínimo é uma piada. Sabe porque? Você certamente tem algum amigo que deve chamar de “polaco”, “alemão” ou “gringo” mesmo sendo tão brasileiro quanto qualquer da Silva. No entanto, não é exigido que comecem a chamá-lo de “Ítalo-Germano Descendente”.
Shazaaaam!!!
Portanto ao analisar, a expressão “politicamente correta" em si digo que é incorreta. Pois ao meu ver, seria "socialmente correto" ou "culturalmente correto" já que chamar um negro de “afro-descendente” ou um uma criança débil mental de “excepcional”, não define opções políticas e sim tentativas de indução de mudanças de atitude sócio-culturais.

Você mal percebe, mas vive numa ditadura maquiada.
Dispõe-se a fazer, pensar e falar tudo o que manda o figurino só pra não ser taxado de politicamente incorreto! Pois foi o que virou o que deveria ser consciência. Porque a única opção que te resta hoje em dia é entrar nessa onda e ser Maria vai com as outras.

Lógico que a gente sabe que não podemos sair jogando lixo na rua, chamando negão de Negão, e nem torcer o nariz para aquele pinheirinho de Natal feito de garrafa pet. Mas também não temos que achar tudo bonito, nem aceitar o que impõem.

O abuso desse expediente é que acaba por ridicularizar a proposta original. Chamar um cego de "deficiente visual em grau máximo" é absurdo!

Mas se você não que sair dos padrões e ser Maria vai com as outras..
Trate QUALQUER pessoa com RESPEITO e isso basta!!

Porque se continuarem com essa neurose toda, o mundo vai ficar um lugar tão corretinho e tão chatonicamente higiênico quanto a bolha do Michael Jackson.

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