18/09/2009

ISO POLÍTICA

Ouvi esses dias o podcast do Luciano Pires, no qual ele propôs o ISO Política. Achei fantástico. Veja bem...

Se eu quiser exercer medicina, não posso. Preciso do diploma, depois de sete anos de estudo. Se eu quiser advogar, não posso. Preciso de diploma e exame da Ordem dos Advogados. Se eu quiser "engenheirar", não posso. Preciso do diploma de engenheiro. Se eu quiser ser gari, não posso. Tenho que ter diplomas básicos e passar por um teste físico.

Mas se eu quiser ser vereador, deputado, senador ou presidente da república, posso. Ninguém me pede credenciais. Diplomas. Nem mesmo testes físicos. Foi então que ele comentou na criação da ISO Política.

Aliás, você sabe o que é ISO?

É uma família de padrões de gerenciamento da qualidade. A certificação ISO garante que a empresa tenha padrões internacionais de qualidade.

Então já pensou esse processo aplicado à política?
Uma instituição como a Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, desenvolveria os padrões para quem quer se dedicar a cargos públicos. Qualquer candidato a vereador, deputado, senador, etc. teria que se submeter aos auditores da ISO Política. E precisaria ter noções de política. Economia. Português. Administração. Ética. Atendimento a clientes. Leis, e assim vai...

E a ISO Política seria anunciada maciçamente. Um selo de qualidade. Quem banca? Nós. Eu. Você. Com o maior gosto. O custo desse processo seria infinitamente menor que os prejuízos hoje causados pela incompetência e má fé dos ilustres representantes por nós eleitos.

Só voto em quem tem ISO!

A linguagem pobre incentiva os pensamentos pobres que incentivam o empobrecimento da linguagem... E lá vamos nós na espiral da mediocridade. Quem consegue se livrar desses maus hábitos consegue pensar com mais clareza. E pensar com clareza é o primeiro requisito para quem quer, por exemplo, reformar a política brasileira. Ou a economia. Ou a segurança...

É claro que o certificado não garante que o produto final seja exatamente aquele que o cliente deseja. Mas garante que todo processo é controlado, que a qualidade é consistente. Garante confiabilidade.

Confiabilidade... Exatamente aquilo que o diploma de médico, engenheiro e advogado representa. Exatamente aquilo que anda em falta no país tropical.

2 comentários:

Welton Nogueira disse...

A verdade, minha cara, é que todo brasileiro tem um controle de qualidade pressuposto na lei. Só falta saber usar: o voto. Enquanto continuarmos votando sem critérios, votando em qualquer um, votando em troca de presentes e outras benfeitorias localizadas, este país não vai sair do mar de lama. Por isso, temos que usar bem esse nosso controle de qualidade.

MoiZa disse...

Não sei dizer se um certificado desses ajuda em alguma coisa... mas, sem dúvidas, é um passo interessante rumo a uma política mais consciente.

Mas, no fim das contas, o importante é o POVO BRASILEIRO saber votar! Saber comparar os feitos de seus candidatos durante toda a sua vida política com os dos demais candidatos! Não se esquecer das promessas de campanha, e compará-las com o que o candidato já fez!

O problema é que - repetindo um velho chavão - "todo povo tem o governante que merece!" O povão quis um Presidente que fosse como eles: beberrão, semi-analfabeto, resolvendo as coisas no jeitinho brasileiro... e, depois, ainda teve a coragem de reelegê-lo. É sempre assim!

Espero que a ideia de conferir um certificado de qualidade realmente ajude o povo brasileiro a votar melhor... mas nada nos tira a responsabilidade de pesquisar a vida política de nossos candidatos antes de irmos às urnas e confirmar nossos votos.

Abraços o/