Algumas coisas
não deveriam ser prioridade na nossa vida.
Deviam, simplesmente,
ocupar todas as posições de atendimento.
Outro dia desses estava eu assistindo TV e na hora que troquei de canal, estava começando a novela das oito. Viver a Vida, a nova novela do Maneco, daquelas que todo mundo já sabe que a protagonista é a Helena. Daquelas que, também, todo mundo já sabe que a trilha sonora escolhida é algum grande sucesso da MPB, como "Wave", "Corcovado" e "Pela Luz dos olhos teus". Pois bem, dessa vez a trilha é da filha do Matinho da Vila, a cantora Mart'nália,e a música escolhida é A Vida Tem Sempre Razão.não deveriam ser prioridade na nossa vida.
Deviam, simplesmente,
ocupar todas as posições de atendimento.
Fiquei prestando atenção na letra da música do início da novela e me senti meio nonsense neste mundão. Veja bem:
“Tem dias que eu fico pensando na vida e sinceramente não vejo saída. Como é, por exemplo, que dá pra entender. A gente mal nasce e começa a morrer”.
Que triste pensar que vou morrer, apesar de saber que essa é a única certeza concreta que a gente tem na vida, eu não quero morrer. Tenho medo da morte. Diante dela me encolho exatamente por não ser a minha morte. Ela não me assusta, o que me assusta é a morte alheia, principalmente a morte de quem eu amo. Não tenho um deus para pedir nem implorar (não, eu não seria tão calhorda assim), portanto, me sinto frágil e sem opção. Busco algumas alternativas que me relaxem, mas todas também são frágeis, tudo é frágil no espaço vida. Vida vivida, vida que não é essa nem aquela, que não é a do filme e nem da literatura clássica. A vida é mais dura, mais comezinha, mais simplezinha, mais nojenta. A vida é insuportável não exatamente por sua insuportabilidade, mas pelo paradoxo do descontrole.
“Depois da chegada. Tem sempre a partida. Porque não há nada sem separação”.
Outra paulada na cabeça. Isso é desmotivador. Se for pensar assim, então para que eu começarei algum projeto? Por que terei planos? Para que ir e vir? Vou apenas existir que é melhor.
“A gente nem sabe que males se apronta. Fazendo de conta, fingindo esquecer. Que nada renasce antes que se acabe. O sol que desponta tem que anoitecer”.
Só os poetas podem falar sem culpa sobre contradição e, por isso concordo nesta parte com o Vinicius de Morais, para quem a vida tem sempre razão.
Sei lá, sei lá.. Se eu fosse o Maneco, mudava o nome da novela.
Talvez de Viver a Vida para Sobreviver a Vida. Faria mais sentido.
O que me faz crer que não adianta me afligir, afinal, somos apenas espuma.
A vida tem sempre razão.
2 comentários:
Oi, querida. Essa música não é do Toquinho, por acaso? Eu acho ela linda.
Bjs.
Awww...sorry, mas é por isso que eu odeio novela e odeio o maneco haha!
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